Os petroleiros promovem nesta sexta-feira (24), em todo o país, 24 horas de greve em defesa da manutenção dos investimentos na Petrobrás e contra o novo Plano de Gestão e Negócios aprovado pelo Conselho de Administração da empresa. A expectativa é que cerca de 60 mil trabalhadores cruzem os braços.
O novo plano é uma ameaça clara à sobrevivência da empresa como estatal, na medida em que prevê cortes de 89 bilhões de dólares em investimentos e despesas, além da venda de ativos de patrimônio da ordem de 57 bilhões de dólares.
A greve nacional de 24 horas é uma advertência da categoria à atual política da gerência que pode desmantelar o Sistema Petrobrás, pondo em risco milhares de empregos, especialmente os dos terceirizados da companhia e suas subsidiárias. Em todos os sindicatos, as bases estão aprovando por amplíssima maioria a indicação de paralisação da FUP.
A paralisação também repudiará o Projeto de Lei do Senado (PLS) 31/2015, que muda o regime de partilha na exploração do pré-sal. A mobilização da categoria derrubou a urgência para o texto, que agora será discutido durante 45 dias em uma Comissão Especial no Congresso Nacional. A seguir, o projeto volta ao plenário do Senado para apreciação, sob vigilância da federação dos petroleiros, que retomará a mobilização em Brasília a partir da primeira semana de agosto, quando termina o recesso no Congresso.
A proposta do senador José Serra (PSDB-SP) retira a obrigatoriedade de a Petrobras entrar com aos menos 30% dos investimentos na perfuração dos blocos e ser a operadora única da camada do pré-sal, conforme determina a Lei de Partilha nº 12.351/2010.
Durante a 5ª Plenária Nacional da FUP (Federação Única dos Petroleiros), na qual os trabalhadores costumam definir a pauta da campanha salarial que tem data-base em 1º de setembro, a categoria deliberou priorizar a luta contra o projeto e contra a venda de ativos da Petrobras.
Federação Única dos Petroleiros também indicou às bases a aprovação do desconto de 2% da remuneração da categoria nos meses de agosto e setembro e a não devolução do imposto sindical deste ano para o financiamento das campanhas em defesa da Petrobrás e do Brasil e contra os desinvestimentos anunciados no Plano de Negócios. Desse montante, 50% serão destinados à Federação e 50% para o sindicato. Também estão sendo aprovas assembleias permanentes e Estado de Greve na categoria.
Os sindicatos orientam os trabalhadores das plataformas que não realizaram assembleias a reunirem os trabalhadores a bordo para aprovarem a adesão ao movimento. A entidade avalia que é muito importante que as unidades acompanhem a decisão da maioria para que a paralisação seja forte e dê o recado contundente contra o plano de desinvestimentos da Petrobrás e contra o projeto de lei que quer mudar o sistema de partilha no pré-sal.
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