Agenda traz 'almanaque' de lutas populares da América Latina

10/09/2013

No dia 1° de janeiro de 1804 foi proclamada a independência 4274257d-f3ea-4898-a286-892b8c3c3700do Haiti, depois de dez anos de lutas e insurreições contra o poderoso exército francês. Foi o primeiro país a se tornar livre na América Latina graças a rebeliões de escravos. É esse fato histórico que abre a agenda de 2014 produzida pelo Núcleo Piratininga de Comunicação, uma organização que promove capacitação, apoio e memória da comunicação popular. O lançamento será neste domingo.

Para cada dia do ano, a agenda Lutas e Revoluções Populares na América Latina nos Séculos 19, 20 e 21 resgata um acontecimento importante – por meio de notas e imagens – de lutas, dores e alegrias de índios, negros, camponeses, trabalhadores e mulheres da Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba, Equador, El Salvador, Guatemala, Haiti, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Porto Rico, República Dominicana, Uruguai.

Na abertura de cada mês, há textos sobre acontecimentos que marcaram o continente americano e artistas latino-americanos que fizeram de suas obras um meio de denunciar injustiças sociais e valorizar a identidade cultural local.

Tradição

Desde 2005, o NPC prepara anualmente uma agenda temática voltada para a comunicação dos trabalhadores. É uma espécie de pequeno “almanaque” de fatos pouco lembrados nos livros escolares. E, claro, também é agenda. “Para cada dia, há uma notícia sobre esse universo, uma assembleia, um cartaz, um discurso etc., um contraponto histórico. Já fizemos sobre comunicação, sobre as luta das mulheres no Brasil e no mundo, movimentos da classe operária brasileira”, lembra o escritor Vito Giannotti, coordenador do NCP.

“No ano passado o tema foram levantes, insurreições e revoluções no Brasil nos séculos 19, 20 e 21. Tinha 900 notícias sobre greves, ocupações de terra, revoltas de escravos, negros, índios desde 1800 até hoje.”

Segundo Giannotti, a agenda do próximo ano fortalece o sentimento de integração latino-americana. “Tivemos em comum tanta opressão, dominação, carnificina, mas também muitas lutas vitoriosas da resistência popular e enfrentamentos do povo. Para nós, é isso o importante: relembrar as expressões do povo”, afirma Gianotti.

“Contamos cerca de 200 revoltas de índios da Guatemala, de El Salvador, do Chile, da Argentina, do Peru, Brasil... Foram milhares de mortos, e centenas de vitórias também. A mesma coisa com negros. São coisas que pouca gente sabe”, observa o escritor, admitindo que das mais de 900 notícias pinçadas ali só conhecia "umas 100".

“Quem é que sabe que os negros e escravos do Haiti derrotaram o exército enviado por Napoleão? O exército de Napoleão, o maior do mundo, derrotado por escravos no Haiti! Isso tem de estar no primeiro dia do ano! Porque hoje ainda temos sequelas de uma sociedade escravocrata e um bando de escravagistas”, afirma o historiador.Vale destacar também o número de mulheres que enfrentaram governos, dominações, ditaduras, a opressão. É fantástico mostrar um monte de mulheres lutadoras.”


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