que não respeita contratos e que manipula números e resultados para fugir de suas responsabilidades. No momento em que o povo vai às ruas para exigir ética, seriedade e transparência dos políticos e governantes, os trabalhadores em telecomunicações se indignam e cobram o mesmo comportamento dos executivos da Oi e de todas as outras empresas privadas de telefonia.
De fato, não há mais espaço nesse país para as mentiras e dissimulações, seja na esfera pública ou privada. Não podemos mais aceitar comportamentos autoritários partam eles de gestores públicos ou executivos. Nesse sentido, repudiamos as declarações atribuídas pela imprensa ao novo presidente da empresa, o português Zeinal Bava, e exigimos um desmentido formal da Oi. Referindo-se a decisão de cortar 20% da força de trabalho, o presidente da Oi, segundo a revista Forbes Brasil, afirmou: "a bandeja está passando, cada gestor coloca as cabeças que quiser".
A Fittel e os sindicatos filiados preferem acreditar que este senhor não tenha vindo ao Brasil para servir de carrasco dos trabalhadores, para ser um mero carregador de bandejas ensanguentadas. Afinal, quando há uma quebra de confiança entre empresas e trabalhadores, entra-se em um terreno perigoso, onde a negociação e o equilíbrio são substituídos pela desconfiança e pelo conflito.
A Oi está prestes a tomar esse caminho, quando não desmente oficialmente essas declarações e quando manipula seus números e indicadores de resultado, a fim de não pagar a Participação nos Lucros aos trabalhadores, um direito legal determinado pela lei 10.101. E procede assim, mesmo depois de ter tido, em 2012, um lucro líquido de 1,7 bilhões de reais e ter distribuído 380 milhões de Euros aos seus acionistas da Portugal Telecom.
Ainda com relação ao pagamento da participação nos Lucros e Resultados, a Fittel repudia as declarações mentirosas e os ataques ao Sinttel-RS publicadas no jornal de um dos sindicatos auxiliares da empresa, o Sinttel-Rio. Não é verdade que o abono proposto pela empresa seja uma liberalidade, ao contrário, a empresa reiterou em correspondência a todos os sindicatos, que o pagamento do abono está vinculado a quitação do PPR/Placar 2012.
Esse mesmo padrão de comportamento baseado na mentira, na dissimulação e, em última instância, na cooptação de sindicalistas se repete na Fundação Atlântico, a instituição encarregada de gerir a aposentadoria complementar dos trabalhadores da Oi. Desde 2006, os participantes e trabalhadores não têm assento nos Conselhos Deliberativo e Fiscal da Fundação. Esses representantes têm sido nomeados pela própria empresa, apesar de a legislação e o estatuto da Fundação exigirem que essa representação seja eleita pelos próprios participantes.
Antes de serem questões específicas e particulares dos trabalhadores em telecomunicações, essas atitudes da Oi se tornam uma ameaça social, quando se transformam em um padrão de comportamento empresarial. Quem garante que uma empresa que mente para seus trabalhadores também não minta para seus clientes, para o Governo e para a Anatel?
De toda forma, a Oi já deu reiteradas provas de que não é uma empresa séria e que não cumpre sua função social, seja como empregadora, seja como provedora de um serviço essencial. Os trabalhadores são testemunhas dessa postura descomprometida, assim como os números da exclusão digital brasileira também estão a provar.
Brasília/DF, 09 de julho de 2013
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